sexta-feira, 6 de maio de 2011

10 a zero

Como é bom ter alguém pra amar, alguém que te dê frio na barriga, que te ligue só pra dizer que te ama. Alguém para se dividir as alegrias e as tristezas também. Pensar em dividir uma casa, os afazeres e toda aquela rotina de casados que de início é tão perfeito que pensamos: “porque que não duraria pra sempre?” 

Você acha que só quem vive de acordo com as regras da sociedade cristã, imposta séculos atrás, pode viver isso? Você acha justo que depois de anos de convivência com uma pessoa, não ter direito de responsabilizar-se por aquilo que construíram juntos só porque não está no seu nome? Se até as amantes, que dividem seus homens com outra mulher, têm praticamente os mesmos direitos que a esposa oficial. Que diabos de Lei impediria que casais homossexuais tivessem os seus direitos reconhecidos?

Ontem, o STF reconheceu a união entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar no Brasil. Geeente!!! AJUDA AQUI! Não consigo entender o porquê de tanta demora. Juro. O sistema chega a deixar do mesmo nível de situação judicial a questão do aborto e do uso da maconha. Vocês acham justo? Não precisa nem ser defensora do relacionamento homoafetivo, nem gay, nem mesmo simpatizante pra ver que esses casos não têm comparação. 

Digo isso, pois na minha faculdade ouvi jovens (isso mesmo, jovens) dizer em tom bastante irônico: “Agora só falta liberar o aborto e a maconha”. Eu não vou entrar nos dois temas, pois são polêmicos e apesar de ter uma posição a respeito acho que são assuntos que devem ser muito bem delimitados antes de sua liberação.

Acho que não preciso mais levantar bandeira contra homofobia, mesmo vendo que têm muita gente preconceituosa e que não está disposta a escutar sobre o assunto. Não quer ouvir e entender nada. Mas, quero lembrar a todos o quanto é bom amar sem culpa, sem medo, se entregar para uma paixão. Quem nunca amou ou nunca quis amar e ser amado levanta a mão. E ter desejo por pessoas do mesmo sexo não é crime e também não é uma escolha. É simplesmente o que você sente. Respeitar essas relações e dar direitos à elas é o mínimo que uma sociedade do século XXI pode fazer.

Não só pela paz, mas pelo bom senso e também pela empatia. Mesmo que você não seja gay, você sabe que fazer o que se gosta e com que se gosta sem medo da repressão é maravilhoso e todos merecem isso. E o mais importante: viver isso com estabilidade e a confiança de ter o amparo da justiça. Como disse o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, em entrevista ao Jornal do Brasil logo após a vitoria no Supremo: “Decisão de juiz a gente não discute, a gente acata e respeita”. 

Informações sobre a decisão:


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