segunda-feira, 18 de abril de 2011

Bois


Hoje, a RBS Notícias inicia uma série de reportagens sobre o transporte público na Capital. Fico feliz de saber que há mais interessados nesse assunto que a muito não ultrapassava das matérias sobre o valor das tarifas. O valor pode aumentar sim, mas desde que o problema, que pelo menos eu vejo como o maior, seja resolvido, que é a verdadeira condição dessa condução que mais parece de transporte de gado pra abate. 

Como se não pagássemos nada por isso, como se tivéssemos outra escolha, somos tratados como animais, ou abaixo deles, em condições que deveriam ser desaprovadas não só por nós, passageiros, mas pela Lei. 

Um condutor de automóvel é multado por levar o seu filho no banco de trás sem a cadeira especial, que custa em média uns 200 reais, não é isso? Outro, por levar alguém sem cindo. Outro, por estar se distraindo no celular. Ok, não posso tirar a razão de todas as leis que fazem essas proibições, mas até quem não anda de ônibus sabe muito bem que não há nenhum desses cuidados de segurança no veículo público. 

Primeiro, que não tem lugar para todos sentarem, segundo, que quanto mais pessoas quiserem entrar, mais vão entrar e o cobrador ainda fala alto e num tom como se estivesse falando com crianças: “Vão mais pra trás, cabe mais gente, se espremam.” O ônibus sai, sem esperar que as pessoas consigam um lugarzinho, um espacinho. E é licença pra cá, um empurrão pra lá. E nas freadas, nas lombadas? O motorista quer mais é pegar o sinal verde, ultrapassar o carro que ta incomodando. Outro ponto: Cinto. Cinto de segurança não é obrigatório? Não é Lei? Pelo jeito não é Lei para transporte público. 

Tem gente que se recusa a pegar ônibus quando sabe que vai ficar em pé. Mas, e quem tem horário para chegar? Ou vai uma hora antes ou chega atrasado. Principalmente nos horários de pico. 

No último post explanei a situação dos cadeirantes em Florianópolis, que também são grandes vítimas desse sistema. Mas, vale ressaltar que existem vários casos de pessoas em plenas condições de locomoção que sofreram acidente nesses transportes urbanos. Ou por literalmente voar no banco de trás quando o motorista passa sem reduzir em uma lombada, ou por não ter tempo de segurar em nos bancos ou nos ferros de dentro do ônibus, ou pelo motorista acelerar antes de o passageiro sentar ou até mesmo na hora de sair. Será que vamos ter que aguentar esse tratamento até alguém quando? 

Não quero colocar a culpa nos motoristas. Eles são vítimas desse mesmo sistema. Não têm como controlar em 100% essas situações. Muitas vezes agem sem querer. Que fique claro o seguinte: Com o valor que investimos em passagem mensalmente temos o direito de ter transporte digno e de qualidade.

Um comentário:

  1. Boa tarde!!!
    Adorei o seu blog e principalmente o ultimo post!
    Sou manezinho da ilha e sempre morei no centro agora faz duas semana me mudei para a Palhoça e posso sentir na pele o absurdo que são os onibus!
    Mas se isso nos conforma, passei 5 meses em Porto Alegre onde a cituação é muito pior podes acreditar!
    Dá uma olhadinha no meu blog também vou adorar a sua visita:

    http://migueleibel.blogspot.com

    Tudo de bom e uma Feliz Páscoa!

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